Denise Alves'



Esteve em SP o britânico Cameron Sinclair, 38, criador da ong Architecture for Humanity, que desenvolve projetos sociais em 30 países com uma rede de 5000 arquitetos e designers voluntários. Na ‘arquitetura para a humanidade’, ele leva conhecimento da arquitetura e do design para melhorar a qualidade de equipamentos sociais normalmente pobremente executados — de hospitais a escolas, de creches a centros esportivos nos países em desenvolvimento. Acima, fotos do centro comunitario que eles fizeram em uma favela de Caracas, com containers e muito grafite; no fim do post, os dormitórios-borboleta para um orfanato da Tailândia.
A Ilustrada, da Folha, publicou a entrevista que fiz com ele na semana passada, mas copio abaixo alguns trechos:



RESPONSABILIDADE DO BRASIL

O Brasil tem uma grande escolha diante de si. Quem ele quer impressionar? Quer erguer prédios que digam ao mundo quão incrível o Brasil é ou quer construir prédios que mostrem aos próprios brasileiros a força do Brasil? A Olimpíada fracassou, em vários países, em produzir dividendos econômicos e legados depois dos eventos.
Trabalhei na criação de centros esportivos em comunidades pobres da África do Sul. Dois anos antes da Copa, os custos de construção estavam completamente inflacionados e mesmo a mão de obra capacitada estava absorvida pelas obras caras, não pelas obras para a comunidade, então as oportunidades para construções sociais foram escassas.



OBRA BONITA


O arquiteto precisa ser meio antropólogo. Sua obra precisa ser bonita, deve orgulhar e inspirar a comunidade à qual vai servir. Mas uma escola, um conjunto habitacional, um posto de saúde precisam ser bonitos e estimados pelas comunidades. Não adianta arremessar um design do alto, bonito, mas imposto. O processo tem de ser de baixo para cima.




MINHA CASA, MINHA VIDA

Esse projeto federal precisa pensar que mais interessante que o objeto é o contexto. Um teto melhor e um encanamento que funcione não são suficientes para criar uma boa comunidade. Cresci em uma área pobre da periferia de Londres. Não interessava a qualidade da construção, as ruas viviam vazias, era um lugar inseguro, meu único sonho era sair dali. Dependendo de como essas casas sejam construídas, sem urbanismo, sem transporte público, podem virar as favelas do futuro. Sem falar que ainda há muito trabalho para melhorar as favelas já existentes, formalizá-las.



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Fonte:http://rauljustelores.blogfolha.uol.com.br
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